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segunda-feira, 8 de abril de 2013

Tá ligado?!



     As gírias já estão presente na boca do povo. Em todos os cantos do país é possível observá-las, como se fossem palavras obrigatórias e talvez cultas. Pois bem, a pergunta que não quer calar: No jornalismo, é possível e correto usa-las? Vamos lá. 

    Comecei fazer jornalismo ano passado, desde então, alguns membros da minha família – minha mãe – e alguns amigos dizem que eu devo falar de forma correta, com um bom português e NUNCA usar gírias, ou seja, ser o dono da linguagem culta (risos). Desde então, fiquei com muita vontade de escrever sobre o assunto, acho que me faltou vontade. Todos os dias que conversavam comigo e me viam falando “Meu irmão, você tem que ir lá a tal lugar e fazer tal coisa, tá ligado?!”, ficavam dizendo que tava errado e que eu não devia falar assim. Sem falar que isso foi até tema de uma pregação da igreja a qual faço parte. Foi um pai de um amigo meu que pregou. Por sorte eu não estava neste dia. 

     Em casa, todos os dias minha mãe me reeprende e diz que é muito feio, que eu sou jornalista e tenho que falar certo. Mas será que estou falando errado? Lembro de um dia que fui ter uma conversa com a assessora de imprensa de uma grande empresa. Durante o encontro, ela falou comigo usando várias gírias, tais como: “tá ligado”, “meu irmão”, “doido”. Coisas assim. Isso me incentivou ainda mais a provar que o jornalista deve ter uma linguagem bem próxima do seu público, que tal falando e escrevendo da mesma forma que eles? 

     Acho que isso não tem muita coisa a ver. No jornalismo, é claro que existem momentos que você deve conversar de um jeito mais formal, mas existem momentos que o profissional da comunicação está tratando com uma pessoa que por muitas vezes não tem uma boa formação e por aí vai. Assim ele tem que passar a informação de maneira clara, facilitando o entendimento do receptor. 

      Nada melhor que dá exemplos não é? Algumas pessoas lá da faculdade já estão em assessorias da vida. Vou falar de Haim Ferreira, que trabalha em uma empresa de assessoria, onde segundo ele, os textos publicados lá são de uma linguagem bem acessível, com gírias, fugindo daquele PADRÃO JORNALÍSTICO. Perguntei pra ele se recebia criticas sobre isso. Sabe o que ele disse? “Não, não. Pelo contrario, muita gente já chegou pra elogiar.” Outra coisa interessante, que vou compartilhar aqui é que, quando postei no Facebook que precisava de personagens e opiniões para poder escrever o texto, vários amigos da turma começaram a comentar que queriam participar. Então, podemos dizer que as gírias já são algo “tão natural quanto a luz do dia”. Só faltam colocar elas na nova reforma ortográfica. 

     Enfim, acho que deu pra opinar um pouco sobre o tema, né? Vamos deixar de preconceito com a língua e entender o sentido que elas podem ter, e é claro a utilidade. Diversos manuais de redação mostram que se deve ter uma linguagem próxima do público e alguns autores também falam muito sobre isso. Porém, vamos ter cuidado na hora de usar as gírias. Vamos usar na hora certa e com moderação. 

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Por que escolhi Jornalismo?





     Pois bem, tudo começou quando eu era 8º serie no ensino fundamental, quando apareceu uma mulher na minha escola oferecendo um curso de rádio comunitária, como eu e um amigo meu brincávamos de rádio dentro da sala, surgiu logo um interesse de fazer o curso. Alguns anos passaram e outras oportunidades surgiram, conheci o rádiojornalismo através de um programa chamado Conexão Serviços, o qual surgiu durante um curso.  

Minha escolha por jornalismo começa no rádio, por isso essa historinha acima. Não sabia o que eu queria fazer da minha vida (curso superior), mas depois que fiz o curso de rádio, comecei a conhecer o jornalismo, graças ao programa Conexão Serviços que me deixou admirado, apaixonado e querendo aprender mais sobre profissão, já que eu tinha ao lado da bancada, se é assim que posso dizer, uma jornalista formada e super experiente. Comecei a freqüentar uma fonoaudióloga especialista em TV que me ajudou bastante, e fez nascer dentro de mim um amor por telejornalismo (risos).

Com o tempo, o amor foi crescendo. Alguns familiares, não apoiaram a ideia, visto que é uma profissão de risco e existem muitas pessoas formadas que tem por opção trabalhar em outras áreas. Até hoje discuto isso com meus amigos de curso, para fazer jornalismo tem que gostar muito da profissão.

 Enfim, amo jornalismo e quero amá-lo até o fim da minha vida. Atualmente estou no 2º período, mas desde já estou focando na área do meu interesse, TV. Sei que ainda não tenho todos os requisitos, mas nada me impede de consegui-los até o fim da graduação. Apesar de ter começado o curso a pouco tempo, já tive oportunidade de ter práticas profissionais dentro da instituição de ensino e fora dela também.

Um conselho que dou para quem deseja seguir a carreira é: Escolha jornalismo por amor e não se preocupe com fama, dinheiro. Faça seu nome, claro.

Tentei contar um pouco da minha história com o jornalismo e espero que gostem. Sorte a todos.


Fernando Lima 

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Assessor de Imprensa X Jornalista de Redação


Estou eu navegando na net, sem compromisso, numa noite gostosa de sexta-feira, quando Fernando Lima me sugere fazer um texto sobre a relação "jornalista" versus "assessor de imprensa". "Mamílos, polêeeemico", eu digito no bate papo do face, fazendo alusão ao famoso meme da net (veja aqui - http://migre.me/9SXeI), e ele ri. Concentro-me e começo a organizar as ideias: primeiro concluo que a palavra que define essa conturbada relação não é polêmica, mas preconceito, afinal, o assessor de imprensa é o quê, se não um jornalista? Então, de cara, a gente começa essa reflexão derrubando esse mito - a questão deste artigo não é "jornalista" versus "assessor de imprensa", mas "jornalista de redação" versus "jornalista de assessoria". 
Depois, ao definirmos os termos, vem a reflexão em si dessa relação. Sem coerência, ela não chega a lugar nenhum, e graças à incoerência, em muitos casos, ela vem gerando mais transtornos e desserviços que notícias úteis. 
Para entender a coerência, é preciso refletir o papel do jornalista de redação nos dias atuais: este é um profissional massacrado pelos prazos e pela ganância do grupo de comunicação, que a cada dia contrata menos profissionais e, com isso, acumula mais trabalho para um único empregado. O resultado disso é o pouco tempo para apurar... Do outro lado tem o jornalista de assessoria: em muitos casos, assessor de órgãos que têm o que dizer; em outros, garimpador de espaços; mas sempre um profissional preso ou à burocracia ou à falta de profissionalismo de seu chefe ou superior, que com isso demora a respoder às demandas do "jornalista de redação" e, assim, tem-se um o grande problema, que é o ruído na relação do "jornalista de redação" com o "jornalista de assessoria".
É preciso equilíbrio de ambas as partes: ao "jornalista de assessoria", que tanto quer um espaço nos veículos, que seja rápido e ético não apenas quando a pauta é positiva mas, também, quando tiver que responder sobre um problema - o assessor não está nessa função para camuflar nada, mas, ao contrário, fazer uso da ética que tanto discutiu na faculdade para orientar as gestões - públicas ou privadas - aos quais presta serviço. Afinal, o assessor é antes de tudo um cidadão; E ao "jornalista de redação" vale confiar que o assessor é igualmente ético e parceiro, não uma barreira até a informação. 
É óbvio que outras questões põem lenha nessa fogueira, mas acredito que essas posturas - coerência, respeito e ética - são os primeiros nortes para essa relação ser menos conturbada. Na minha vida profissional, já passei pelos dois lados da moeda, e um evento, em particular, me marcou muito. Uma produtora da TV Jornal recebeu ligações de alunos de um curso de qualificação que estavam com bolsas atrasadas, e, paralelo à gravação dos alunos, começou a apurar com a secretaria o que estava havendo - o assessor era eu. Mesmo com a explicação dada aos questionamentos da produtora, a matéria foi ao ar sem nossa resposta, pintando a secretaria como a vilã da ocasião. O programa fazia a linha serviço. Ético, recebi uma bronca de meus coordenadores mas segui. Mas não foram poucos os que disseram: "não passa mais pauta para eles", mas que direito tenho eu de prender a informação?
O dia de amanhã é incerto, mas quantos não são os "jornalistas de redação" que, de tempos em tempos, saem da redação e vão para a assessoria? Desdenhar o assessor de depois ir ganhar dinheiro nessa função não é bonito. Independente dos rumos, que a postura de todos os jornalistas seja coerente, respeitosa e ética, seja na redação ou na assessoria. Pense...


Leonardo Lemos.

Leonardo Lemos é natural de Afogados da ingazeira (PE), formou-se em Jornalismo pela Unicap em 2011 e faz pós graduação em Assessoria de Comunicação pela Esurp; Atualmente, ele trabalha para o Governo do Estado e faz freelas; também administra o blog Contrata-se (http://estagio-jornalismo.blogspot.com.br/). No Twitter ele é @leoBlemos e no face é fb.com/leoblemos